Apesar
da forte queda nas entregas a montadoras, que reduzem o ritmo de
produção neste ano, as vendas de pneus registram leve alta, como
resultado do bom desempenho do mercado de reposição e da recuperação das
exportações.
Entre mercado interno e embarques ao exterior, a indústria brasileira de
pneus, na contramão da crise nas fábricas de veículos, teve crescimento
de 1,3% nas vendas durante o primeiro semestre, chegando a volume
superior a 37 milhões de unidades, conforme levantamento da Anip,
entidade que representa as empresas do setor.
Na mesma base de comparação, a produção nacional de pneus subiu 3,9%,
para 35,1 milhões de unidades até junho, num resultado puxado também
pelo início das operações, em setembro, de uma fábrica da Sumitomo no
Paraná.
As montadoras reduziram as compras em 18%, mas os volumes no mercado de
reposição, que representa mais da metade do total, tiveram alta de
10,9%, para 21,2 milhões de pneus em seis meses. Da mesma forma, as
exportações, de 6,6 milhões de unidades no primeiro semestre, subiram
7,6% em relação a um ano atrás.
Mesmo assim, parte das fábricas de pneus, que empregam quase 30 mil
pessoas, concedeu férias coletivas a operários para acompanhar as
paradas nas montadoras. De acordo com a Anip, a medida tem como objetivo
evitar demissões.
O setor ainda registra déficit comercial - agora em US$ 117,8 milhões -,
já que as importações passaram de 18 milhões de pneus entre janeiro e
junho. Só a China respondeu por mais da metade desse volume: 9,5 milhões
de pneus do país asiático entraram no Brasil no período. A Anip diz que
as importações da China sobem 5,6% se excluídos da conta os números do
segmento de duas rodas, afetado por tarifas antidumping.
Fonte: Valor Econômico /Online - 16/07/2014