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Dunlop abre fábrica de pneus no PR

A tradicional marca de pneus Dunlop, que hoje pertence ao grupo japonês Sumitomo Rubber Industries, inaugurou sua mais nova fábrica. Única fora do continente asiático e, por consequência, única nas Américas, a cidade escolhida foi Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba (PR). A opção pelo Estado do Paraná se deu, principalmente, pela localização geográfica, pela logística, uma vez que encontra-se perto de São Paulo e dos principais países da América Latina, e pelos incentivos fiscais do governo local.

Com investimentos de R$ 750 milhões, e 100% de capital da Sumitomo, a área total da nova fábrica é de 500 mil metros quadrados. A área construída é de 84 mil m2 e a obra foi concluída em menos de um ano e meio. Hoje, a nova planta conta com 540 funcionários, produzindo 2.000 pneus/dia. Até o fim de 2014, o objetivo é alcançar a produção de 8.000 pneus/dia. Já para 2015, a expectativa é chegar a marca de 15.000 pneus/dia. Para tal, até o fim de 2017 serão 1.500 empregados em três turnos.
Os pneus Dunlop já são comercializados no Brasil, porém, importados. Mas os altos custos com a importação estavam tornando o produto inviável frente à concorrência. De acordo com executivos da marca presentes ao evento, o mercado brasileiro concentra-se em pneus de aros 13 e 14. Em média, o brasileiro troca dois pneus por ano e procura manter a mesma marca com a qual seu veículo saiu da fábrica.
Por este motivo, a Dunlop está conversando com quatro montadoras instaladas no Brasil, mas, por questões estratégicas e de contrato, não revelou quais são elas. As tratativas com estas montadoras ocorrem em duas frentes: codesenvolver os pneus para um veículo ainda inexistente, participando desde o início do projeto ou atender ao projeto de um veículo já consagrado no mercado.
Já são fabricados no Paraná os modelos SP Touring e o Le Mans 704. Eles são radiais e não possuem emendas. Ainda segundo a Dunlop, o mercado de pneus de passeio vem apresentando uma média de crescimento de 5% ao ano. Estudos feitos pela marca indicam que, em 2020, serão comercializados no mercado nacional cerca de 70 milhões de pneus para este nicho.
Neste primeiro momento, serão fabricados somente pneus para automóveis, utilitários esportivos (SUV) e vans. A Dunlop também fabrica pneus para caminhões e motos, mas não há previsão para produzi-los em território nacional. Em relação aos primeiros, os japoneses já realizam estudos para a construção de uma fábrica específica, mas sem qualquer previsão. Do mercado total de pneus, os de carga já respondem por cerca de 25% das vendas.
Em relação aos de motos, a situação é um pouco mais complicada. No Brasil, 90% da produção são destinados a motos de até 150 cilindradas e os pneus não são radiais. Além disso, as marcas que atendem a este nicho estão consolidadas (Pirelli e Levorin). A ideia inicial da Dunlop é entrar no mercado que atende motos acima de 600 cilindradas, com pneus radiais e importados.
Mercado — Enquanto importadora, a Dunlop detém 4% do mercado de pneus de passeio. Com a produção nacional, o objetivo é atingir, até 2020, 10% de participação, dobrando as vendas ano a ano. A marca terá distribuidores exclusivos nas principais cidades. Hoje, são 14 lojas sendo que, até o fim deste ano, pretendem chegar a 50 pontos de venda. Para o fim de 2015, a expectativa é contar com 150 lojas. Segundo os executivos da marca, nosso mercado possui de 20% a 30% de lojas oficiais de fabricantes de pneus. O restante são lojas multimarcas. Interessante destacar que entre 20% e 30% das vendas são realizadas por supermercados.
A preocupação da Dunlop é tentar mudar o panorama de vendas do mercado, onde grande parte dos proprietários de veículos está de tal forma endividada com a financiamento dos mesmos que simplesmente não se preocupam com a manutenção. E nunca é demais lembrar que os pneus são o único ponto de contato entre o veículo e o solo. Portanto, não podem ser, de forma alguma, negligenciados.
Além da construção da nova fábrica, a Dunlop também investe na plantação de seringueiras no norte do Paraná. A matéria-prima utilizada atualmente é proveniente da Tailândia. A marca já possuiu uma fábrica de pneus no Brasil, em Campinas (SP), mas a planta foi vendida para a Pirelli no fim dos anos 80.
Fonte: Diário do Comércio - BH - 08/10/2013 pág: 6