No
noroeste, que tem solo e clima semelhantes aos da principal região
paulista de seringais, polarizada por São José do Rio Preto, alguns
plantios estão em andamento e tudo indica que, no curto prazo, mais
gente vai ingressar na atividade. Em Nova Esperança, a 46 quilômetros de
Maringá, o produtor José Alfredo dos Santos decidiu investir no plantio
de 4.640 mudas em uma propriedade de 60 hectares, situada na Gleba
Piúna, que adquiriu há dois anos. Ele reservou, para isso, 8 hectares na
cabeceira, onde está introduzindo 580 unidades em cada qual, no
espaçamento adensado de 7 por 2,5 metros. “Estou muito confiante”, diz
Santos.
Orientação - Para minimizar riscos, o produtor conta que buscou a
orientação do especialista Mauro Zanini Rosseto, o mesmo que há três
décadas acompanha mais de 800 hectares de seringueiras nas fazendas da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Sob a supervisão de Rosseto,
que se incumbiu de selecionar as mudas em viveiro credenciado no
interior de São Paulo, uma equipe foi contratada para efetuar o plantio,
que requer alguns cuidados.
Renda - Como serão necessários seis anos para que as árvores comecem a
produzir e dez para atingir a plenitude, Santos está destinando uma
outra parte do sítio para a construção de 17 tanques destinados à
criação de tilápias e, com isso, garantir renda e retorno mais rápidos. O
objetivo é fornecer peixes para pesqueiros. Pelos cálculos do
proprietário, os 4,6 hectares de lâmina d’água, que devem entrar em
produção em 2015, têm capacidade para 200 toneladas em média por ano. “A
seringueira proporciona de nove a dez colheitas anualmente e um
trabalhador apenas pode cuidar de 2 mil árvores”, comenta Santos, que
nos últimos meses, antes de tomar a decisão de investir no plantio de
seringal, visitou propriedades, participou de eventos técnicos e
conversou com produtores.
Próspero - O mercado para a borracha natural é altamente promissor. O
Brasil produz, no momento, menos da metade do que precisa e, em outubro
do ano passado, entrou em operação na região metropolitana de Curitiba a
Sumitomo Rubbers, a primeira fábrica de pneus do Paraná, que tem
compromisso firmado junto ao governo do Estado de adquirir matéria-prima
dos produtores paranaenses. A oferta, no entanto, é insignificante. A
indústria teria demanda inicial para um volume equivalente a produção de
17 mil hectares, mas o total de seringais no Estado não passa de 1,2
mil hectares, o que obriga a companhia a trazer praticamente toda a
borracha de fora.
Fonte: Guia Florestal / Online - 24/01/2014